terça-feira, 24 de dezembro de 2013
Carangola, saudades.
Sentir tranquilidade na brisa da BR que liga Carangola a Tombos.
Ouvir o mugir dos gados das fazendas aos redores chegando a cidade que nos faz perceber o quão prazeroso é pisar nessa cidade tranquila na qual todos almejam fugir.
É ver os eucaliptos de beira estrada que me tranquiliza e me faz saber que estou são e salvo em casa.
Aceno para o seu Valdo, cumprimento a dona Maria, enfio a mão no meu bolso e busco pela chave do portão. Uma sensação de tranquilidade e nostalgia permeia por todo o meu corpo ao ouvir o barulho do portão se arrastar no friso do piso liso da garagem. Ouço o meu cachorro arranhar a porta da área, sim, ele sempre faz isso quando alguém da família demora muito a voltar pra casa. Ele chora. Eu sorrio, pois ele sentiu a minha falta.
Carrego a mala pesada e abro a porta da sala sem fazer nenhum barulho para não acordar ninguém e de repente um abraço caloroso e receptivo de mãe me conforta e me protege de todos os meus medos e preocupações de ontem. É como se eu estivesse adormecendo. É essa a sensação que tenho sempre ao voltar pra casa.
Abro a porta do meu quarto e fecho as coisas exatamente intactas da forma como eu deixei quando tinha dezenove anos. Minha coleção de DVD's totalmente na ordem na qual eu deixei, os livros da prateleira em ordem crescente, e as fotos dos velhos e antigos amigos com os quais eu quase nem falo mais.
Sinto o cheiro do meu colchão e da minha roupa de cama. Me vem várias sensações que com precisão não sei definir. Abro a janela do meu quarto e sinto aquele friozinho vindo das montanhas. O céu completamente nublado. Pego meu violão, sento na cama, mato a saudade dedilhando e arranhando algumas cifras, muito mal. Jogo comida para o Porpurina, meu peixinho que ainda está vivo, e respiro fundo. Meu Deus, como eu sinto falta disso tudo. Dessa tranquilidade, dessa brisa, desse cheiro, dos pássarinhos cantando, da tranquilidade vindo da rua, é disso que me dá saudade.
Como não amar uma visita a cidade natal?
Como não sentir saudades de tudo já vivido por aqui?
Dos antigos e velhos amigos, dos antigos amores, dos vizinhos chatos e reclamões?!
Como não sentir vontade de viver isso tudo de novo? Como pode não sentir saudades disso? De mim. De você. De nós. Como pode?
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