"Sua voz foi a trilha sonora do meu verão"
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"Parados na chuva, sabendo que está realmente acabado, Por favor não me deixe sozinho. Estou inundado com toda essa dor, sabendo que nunca vou abraça-la, como eu abracei, antes da tempestade"
E alí estava ele, quando desci de um carro numa tarde de domingo que já estava quase no final, ele com um sorrisão como se não houvesse nenhuma barreira entre nós, o mesmo que me dizia para não me preocupar com nada, pois ali estava tudo o que eu mais precisava, então nos seus braços ele me envolveu, e pra descontrair me perguntou o que era a cicatriz na minha bochecha! haha. "É uma espinha" foi a minha resposta pra uma pergunta tão bruta, dita por uma voz tão doce de um macaense bronzeado de sol, e com os olhos que brilhavam mais que estrelas numa noite de constelação.. Pro farol ele disse que me levaria, mas eu não imaginei que seria um bar, quando ouvi tal coisa, imaginei logo aquele farol lindão do filme "O chamado", chegando no local vi que era um bar, e o que me lembro com detalhes até hoje, as paredes eram azuis, da enorme janela avistava o mar tão delicado e nele as pessoas que observava a linda tarde que se desprendia do dia, e no fundo uma música, não me lembro ao certo de quem era, e nem o que tocava, mas silêncio alí não havia. Por perto tinhamos duas amigas, as mesmas que falavam de amores passados, e que falaram até o final das férias. Pra famosa Praia do Pecado ele me apresentou, já era noite, noite de verão, com tanto calor, mas não sentia nada, com ele era tudo tão novo, tão estranho! Nunca havia sentido nada por alguém, em seus olhos eu sentia uma maré que me envolvia e me laçava cada vez mais junto a ele, sobressaltado fiquei quando ouvi um "Eu te amo" sair tão rápido da boca dele, e que só pude dar o meu silêncio como resposta, foi quando senti o primeiro pingo, da chuva que nos molhou naquele fim de tarde, gritos de longe nos despertava daquele sonho, eram nossas amigas procurando por nós, saímos encharcados de areia, e aquela chuva forte, andávamos tranquilamente como se tudo fosse normal, mas não estava tudo normal, foi aquele dia, dia 17 de Janeiro de 2009 que estava marcando a gente de uma certa forma, eu não diria "a gente" mas diria a mim, não posso dizer por ele, pra ele eu posso ter sido apenas mais um, talvez! Mas pra mim, ele foi único. No dia 18 fizemos o famoso ChocoBolo que faço hoje pra todos os meus amigos, e sempre que o preparo lembro dos passados momentos que tive nas benditas férias de Janeiro.. E como tudo que é bom chega ao final, as férias estavam chegando, e ele tinha que ir pra Vitória - ES, eu tinha que começar a me acostumar com a ausência dele, fiquei pensando a noite sobre tudo aquilo, minhas amigas me perguntavam se eu tava gostando dele, e eu com meu jeito durão dizia "Não, tá doida?", mas por dentro algo gritava que era ele o cara da minha vida, conversei com elas a noite toda, trocamos segredos, que nem imaginava que tinhamos. A manhã do dia seguinte foi chuvosa, era umas nove horas quando ele veio molhado de chuva e gelado ao mesmo tempo e me acordou com um beijo, e o que eu soube fazer com ele foi brigar por ter me acordado, naquele dia ele tinha ido se despedir, dar o ADEUS pro que fomos naquela semana, então me levantei preparado e com fome, fui seco com ele, e as onze antes de ele sair pelo portão um abraço forte o dei e quando me desprendi dele, que fechei o portão parecia que simplesmente metade de mim tinha sido arrancada, minha vontade foi de sair atras dele, correndo e o segurar e dizer para que ficasse comigo pra sempre, mas eu com meus dezessete anos não acreditava em pra sempre, e se acreditava tentava ser realista, ou durão, mas o deixei partir, sem olhar pra tras ele seguiu em frente, S. minha melhor amiga me abraçou quando percebeu que estava amando o garoto que saiu por akele portão imenso de madeira. Ao meio dia alguém me toca a campanhia, mandaram eu atender, e quem poderia ser?! Não sei quem poderia ser, só não acreditei no que eu vi quando abri o portão, era ele e com o mesmo sorriso de sempre; "Não achei passagem" com um tom de alegria, ele disse. aaaaaaaaaaah. eu queria gritar de alegriia, mas o beijei, aquela tarde, quarta feira se não me engano, fomos surpreendidos por um telefonema, na sala I. nossa amiga, chorava, e dizia pro pai se afastar do aconteciment (O pai era polícial) havia um tiroteio na cidade, e decretaram toque de recolher, e V. não tinha dito pra mãe dele onde ele estava, ele tentou ligar mas ninguém atendia, com medo de que a mãe saísse atras dele e que algo de ruim acontecesse a ela, ele me abraçou e chorando disse: "Rey, promete ficar comigo independente do que aconteça..?! Prometa não me deixar?" sem reação eu o abracei e tentei fazê-lo sentir-se calmo, disse a ele: "Ah.. bobão, lógico que não vou te deixar" enxuguei suas lágrimas e o beijei, dormimos juntos naquele dia, tudo tinha acabado bem, no meio da noite acordei e ele estava no chão gelado, eu o abracei já que não conseguia arrastá-lo de volta pro cochão, no outro dia o perguntei o porquê d'ele ter ido pro chão, ele me respondeu: "Porque eu sou espaçoso e não queria te atrapalhar", eu ria, ele era tão bobão e ao mesmo tempo tão fofo, akele jeitão largadão desajeitado, típico de quem deixa o celular com fotos do namorado em casa, sem senha, pra irmã pegar! suhuashuh. As hras passaram, ele disse que tinha que ir embora (Ia viajar no dia seguinte) pela tarde fomos a praia, eu e minhas amigas, fiquei a tarde toda sem notícias dele, a noite liguei pra casa dele, e uma moça atendeu, ela me disse em meias palavras que ele tinha viajado; "COMO ASSIM?" pensei. Porque ele foi embora? Porque ele foi sem dizer adeus? Porque ele não me avisou? Tudo que tivemos não significou absolutamente nada? Um lixo eu me senti, e nem ao menos tentei entendê-lo, no dia seguinte passei o dia inteiro sem notícias dele, e as nove do mesmo dia recebi um telefonema, era ele.. dizia que tava passando mau, e que estava em Vitória, que tinha ido ao médico, mas que tava tudo bem, e que não era pra eu me preocupar, e sem assunto fiquei pra não deixar ele notar o meu tom de voz de quem estava chorando.. As férias tinham acabado, em casa estava, meus amigos estranhavam a minha volta, a minha mudança e meu mais novo namoro, todos ansiosos pra conhecê-lo.. os meses se passaram; e eu o sentia ausente, cada vez mais; foi aí que conheci o D. na época meu pai estava internado, e ele me dava muita força, me ajudava e me dizia que tudo ia passar, enquanto eu me perguntava onde estaria meu amor, naquele momento. Sai com D. ele me levou ao cinema, disse que iamos assistir um filme "MONSTROS VS ALIENIGENAS" achei que fosse um filme de suspense/ação, entrei na fila e só tinha criança.. Sim, era um filme infantil, assistimos o filme e nos pegamos, tiramos fotos, e a aliança estava no bolso (O laço que unia eu e V. por todos akeles meses). Loguei no orkut a noite, e lá estava um depoimento dele dizendo que estava com saudades, e que me amava, nunca tinha me sentido tão imundo como me sentia naquele momento. Ele notava o meu descaso, a minha falta de atenção e a ausência, que naquele momento eu transfiria tudo pra outro garoto que mal conhecia, foi quando achei que decidido estava, e liguei pra ele e contei toda a verdade, ele me amava tanto ao ponto de me perdoar pelo que aconteceu, mas eu não conseguia carregar aquele peso comigo, então terminamos.. Dias depois ele me disse: "Eu preciso de uma palavra pra sumir da sua vida" não podia imaginar que a pergunta seria "Você me ama mais?" Eu disse "não" foi tão egoísta, bruto e seco, que o machucou profundamente, e foi aí que ele seguiu com a vida dele e "nunca mais" me procurou.. meses depois descobri que ele tava bem com outro, eu não suportava a idéia de que alguém conseguia fazê-lo se sentir melhor do que eu conseguia, então liguei pra ele, e disse tudo desde então, o que eu sentia, o que eu tinha feito e queria que ele me perdoasse e me aceitasse de volta como se nada eu tivesse feito (Era pedir demais), então ele disse: "Rey.. eu não posso abrir mão do F. por você, sofreria se o fizesse, e sofreria mais ainda por saber que ele estaria sofrendo por eu ter o deixado por vc, ele me ajudou quando eu me sentii pra baixo, ele ficou do meu lado, enquanto você sumia de vista, eu não gosto de colocar as pessoas na balança, mas tudo que eu sentia por você eu transferi pra outra pessoa, e não tente forçar nada, se for pra gente ficar junto, a gente vai ficar, daqui a três dias, três meses, até dez anos" e eu?! Só pude concordar, pelo fato de estar realmente errado, então desliguei o tell e mandei um torpedo a ele dizendo que esperaria os dez anos, e mais uma vez os meses se passaram. Então em uma manhã quando me loguei na net, lá estava ele em uma das minhas solicitações pendentes, dizendo "Faltam 9 anos e 9 meses, e se eu não te ter antes desse prazo terminar eu queimo a minha certidão e mudo meu nome" não sentia firmeza em suas palavras, até ele provar que tinha voltado pra ficar!
"Já conheci muita gente, gostei de alguns garotos, mas depois de você os outros são os outros, ninguém pode acreditar na gente separado, eu tenho mil amigos mas você foi o meu melhor namorado"
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Depois dele vieram outros, mas nenhum que me fizesse desistir de levar isso comigo.
Passar por mim!? quantos puderem!
Mas nenhum entra na minha vida sem saber do meu amor de verão
Quem disse que amor de praia não sobe serra certamente não tinha conhecido V. e R.
"Vou me arrepender depois, mas não resisto a nós dois"
Abaixo segue link de uma música na qual viajei ao escrever o texto.
Reynaldo Araújo