"Vou começar do começo, e por ser redundante não irei repetir! A capa... Impecável, esclarecida, e muito muito chamativa... Em alguns momentos que estive lendo no metrô, ou no ônibus a caminho do trabalho reparei que as pessoas torciam as faces, e viravam o pescoço para decifrar o título daquele púrpura em degradê com pink que eu folheava tão devotamente em mãos... Sim, o poder de Scarlet começa no começo, na capa, na apresentação, na primeira impressão, na que se apresenta e na que a gente cria dela ao desenrolar do livro.

Foi-se a primeira folha, depois a segunda, quando me dei conta não estava trabalhando, não estava querendo dormir antes de terminá-lo. Uma dica aos novos leitores de Scarlet: Comecem bem cedo, num domingo em que não tenham nada para fazer; pois certamente irão esquecer das obrigações e mergulhar neste universo triste e ousado, e a todo o momento cheio de intensidade e detalhes que prendem nossos motivos e olhos e atenção por estarem sempre coincidindo com o cotidiano do mundo, e sinceramente, até mesmo com o nosso próprio e pessoal particular.
O livro é um misto de magia e choque de realidade, tende a momentos de choro e outros de riso, e não cansa, não repete, é direto, sem perder detalhes! Não se trata de um clássico literário e sim de uma releitura de como contar, já que o linguajar e o tema abordado são extremamente atuais, nada melhor do que uma linguagem atual, uma postura atual e mentes atualizadas a fim de conceber bem o propósito desta leitura.
Agradeço a oportunidade de ler algo tão diferente, estava cansado dos finais felizes normais, nas mocinhas com os mocinhos normais, e da perspectiva igual. Cansei de ler livros que narravam personagens diferentes, em lugares diferentes, com início e meio e final iguais! Scarlet supera isso em vários âmbitos! Nunca soube bem ao certo onde é que a estória toda acontecera, ou no período temporal que isso ocorreu... é como uma permissão implícita de que eu pudesse ter vivido no mesmo tempo da estória, ou ela acontecendo no mesmo tempo em que eu vivo... E vice-versa.
Não fui o único a cair indefeso nas tramas de Scarlet, choquei-me ao encontrar mamãe ainda deitada quando cheguei do trabalho, com o pijama do dia anterior, com aquela expressão de ontem e apreensiva me pedindo que não a atrapalhasse... Só recebi meu beijo de boa noite depois que ela terminou de ler e vir criticar o “Eduardo” (personagem) e todas as suas façanhas... Obrigado por me causar uma noite sem comida e colo de mãe, caro autor!
Por isso tornou-se meu livro de cabeceira; primeiro porque o rosa contrasta super bem com a decoração sóbria do meu quarto... E segundo... Porque sempre que ler aquele nome, aquele título... Vou poder lembrar que a vida é uma eterna luta... Ora estamos na frente de batalha, guerreando e enfrentado tudo com a “cara” e os peitos abertos... Ora estaremos reclusos, observando... Apenas existindo... Não por escolha, mas por propósitos! Adoro saber que preconceito é cada vez mais algo que cai nos conceitos sociais... A diferença é que torna o feio feio e o belo belo, um precisa do outro, necessariamente, para existir. Cada um com seus caprichos, mas todos com verdadeira importância e individualidade."

Conheci André pelas redes sociais, foi amizade a primeira vista, juntamos nossos dons com a escrita e tentamos criar um blog temático direcionado ao público gay no ano passado. Infelizmente, depois da equipe toda montada, o que faltou foi tempo para colocar o blog VIBE G. no ar.
Em seguida comecei a escrever SCARLET e todo o meu tempo vago que eu teria para postar as coisas no nosso "jornal" semanal seria preenchido. André, e eu, fomos nos tornando amigos de uma forma inesperada pela internet, nosso maior contato sempre foi/é através das tecnologias, uma vez ou outra o encontro em festas, onde dançamos juntos, rimos, e tudo mais. Mas o que mais me encantou nesse garoto, não foi seus olhos azuis, a barba bem feita, e a boca sensual (Embora é o principal, essencial, em um homem - ao meu ver) o que me encantou nele foi a forma como ele apareceu no lançamento do livro, tão doce, simpático, lindo como sempre, ele me fez assiná-lo acompanhado de uma marquinha de Batom. Pois é.
Sgalbieri, tem uma escrita doce, a qual desabafa em seu blog (http://guiis.blogspot.com.br/) assinando sempre Sonhardorzinho.
"Banco de couro, painel automático, teto solar, e o filho da puta ainda tinha olho azul"
Trecho do livro SCARLET que conquistou esse leitor assíduo que me deu este belo presente que vale a pena ser lido, relido, e tudo de novo.