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domingo, 22 de abril de 2012

Deu PANE: Era pra ser amor, mas é sexo!


Vamos lá: Tenho um amigo que exatamente há um ano atrás conheceu um cara, e que de primeira ficou encantado com o mesmo. Os dois ficaram durante a festa toda, e em seguida esse meu amigo foi dormir na casa dele. No dia seguinte meu amigo voltou pra casa com um sorriso apaixonado e uma história avassaladora pra contar, até aí tudo bem, estava no segundo dia, e ninguém havia se machucado, AINDA.

Na semana seguinte eles ficaram de novo, e na outra, e na outra, e na outra, e assim sucessivamente. Mas meu amigo reclamava sempre que o tal carinha só o ligava no domingo a tarde, somente para passar a noite e o fim do final de semana acompanhado. O que no início não era problema, começou a se tornar um ENORME obstáculo com o passar dos meses.

Sempre deixei claro que um caso assim não teria futuro, até porque como é que a gente investe em uma pessoa que só nos liga no domingo a tarde, e o resto da semana nem existe, nem diz oi, e nem sente saudades?! Como, hein?! COMO?(Aquele momento desespero) Com seis meses meu amigo foi se cansando da casualidade dos encontros e começou a tentar conquistar o coração de pedra do talzinho, só que sempre que ele falava de namoro, o CORAÇÃO GELADO corria.

Numa de um DOMINGO a noite, três meses atrás meu amigo me liga:
- Amigo, comprei uma caneta daquelas comestíveis de Sex shop. E Escrevi no corpo “NAMORA COMIGO?” e disse a ele que se ele lambesse seria um sim.
- Nossa. – Disse lisonjeado. – Quanta criatividade. Mas me conta, e aí?
- E aí que eu estou indo embora todo melado!

Subentende se que o CORAÇÃO GELADO não quis. E meu amigo ainda assim continuou sumindo todos os DOMINGOS e tornou se indisponível para contato durante UM ANO, que fez exatamente hoje. E ainda me liga para reclamar do cara, e em todas as ligações – TODAS mesmo – ele me pergunta:

- Aiii amigo, o que eu faço?
No início eu respondia:
- Conversa com ele, cara. Se você gosta dele e quer insistir nisso e te faz bem, diz o que você sente, mostra pra ele que você gosta etc... Se for o que ele quer também, vocês vão ficar juntos.


Ele sempre dizia que iria, desligava o telefone decidido e me deixava ansioso pela resposta da conversa que teriam. mas chegava aos domingos e não abria a boca, e no dia seguinte falava que não conseguiu falar, ou não deu tempo, e vinha novamente com histórias um tanto eróticas sobre o confronto – o sexo – que já era uma domingueira entre os dois. Sempre que ele me perguntava sobre o que fazer, eu respondia sempre a mesma coisa, mas com o passar do tempo EU fui me cansando da história e ficava indagado sobre como ele conseguia aceitar aquilo, sobretudo se acomodar com aquele relacionamento.

Quando ele tocava no assunto eu já dizia acostumado com a sem vergonhice de ambos, o que já era quase uma resposta automática:
- Vai lá, transa com ele. Você não está fazendo nada mesmo... (Que era sempre o que ele queria ouvir)

Hoje é domingo. No calendário do meu amigo “domingo” quer dizer: “Hoje é dia!!!” Chegando em casa me pego 14 chamadas não atendidas no celular. Estranho, era para o meu amigo estar se “preparando” para o fim do dia, já que ele é todo vaidoso, afinal, hoje é domingo. Retorno a ligação que encarei como desespero. Ele atende na primeira chamada:

- Amigo! Mandei uma mensagem pro fulano.
- Ai meu Deus... – Reclamei cansado do assunto.
- Posso ler? Não ri agora, só no final. Tudo bem?
- Claro. Vou me segurar.
- Pensa em mim, que eu estou pensando em você. E me diz, o que eu quero te dizer. Vem pra cá pra eu te dizer que juntos estamos... – Não precisou de muito pra me tocar que se tratava da música PENSA EM MIM do ano de 2007 e cacetadas.
- E ele, respondeu? – Perguntei curioso.
- Sim, ele respondeu com: Quer sexo hoje?
Nós dois gargalhamos.
- E você? – Perguntei.
- Então... Te liguei por isso. O que você acha, o que eu respondo, o que você faria? – Perguntou ele de uma forma desesperada.
- Primeiro: Já te falei o que eu acho e penso disso tudo. Segundo que se eu mandasse isso pra alguém, e esse alguém me retornasse com uma mensagem ousada dessa forma, eu responderia: Estou, mas não com você. (PONTO)
- Então vou responder isso! Aii... mas eu quero com ele. – Choramingou.
- Mas ele não precisa saber. Manda. – Dei ideia colocando mais lenha na fogueira.
- Tá bom. Depois eu te ligo. – Ele deu uma pausa. – Ah... e você, tá bem?
- Tô. Hoje eu fui....
Ele me interrompeu:
- Depois eu te ligo. Ah, e se eu não te ligar e ficar in off o dia todo, você já sabe o que aconteceu né?!
- Sei.
- Ok. Te amo! Beijos.
- Beijos.

Desliguei a chamada, balancei a cabeça, e ri sozinho. 
Ou seja... Não se salva um coração vagabundo que gosta de dor.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Cesta


Estou sentado há horas com papel e caneta nas mãos tentando lhe escrever algo, e eu simplesmente não consigo, ou pode ser pelo fato de que eu não sei na verdade o que lhe escrever, o que lhe dizer.

Fiquei feliz hoje pela manhã quando acordei e vi que ouvir sua voz já não era mais uma necessidade minha, passei despercebido pelo seu horóscopo na página do jornal; saber como seria seu dia não me interessa mais.

Me levantei da cama hoje sem preocupação de procurar mensagens suas pelo meu celular, sem preocupação em ser a primeira pessoa a qual lhe daria um bom dia. Acordei bem, não dormi de mal jeito, embora tenha dormido sozinho. Coloquei um travesseiro a mais na cama para substituir o teu peito. Troquei meus lençóis. E até arrumei a cama ao sair de casa. Eu queria te dizer isso tudo, e no meio de todas essas coisas, eu percebo que não há necessidade, quer dizer, eu não sinto necessidade.

Lavo meu rosto, tomo meu café, jogo no lixo uma escova de dentes que sobrava no meu banheiro e percebo que era a sua, empacoto, tomo meu banho, me lavo, me seco, me escorro pelo ralo. Me visto, saio de casa e vejo que o mundo continua aqui fora, porém sem você. E ver que eu tenho de tocar o meu dia sem te ter no final dele como de costume, é a parte mais difícil do meu dia, embora seja necessário.

Me sento e fico por horas tentando lhe escrever algo, não consigo, amasso o papel, e faço cesta com a lixeira ao meu lado esquerdo, e é quando eu percebo que tentei inúmeras vezes lhe escrever, como tentei também nos salvar. Ironia, não?!


domingo, 15 de abril de 2012

A Princesa e o dragão.


Ouvindo DIDO - Dont leave home Aqui



        Era uma vez uma princesa. Ela morava em um castelo onde esperava a chegada de um príncipe encantado que nunca vinha. Todos os dias ela se levantava da cama e caminhava até a janela de seu castelo solitário e olhava além das longas cortinas o dia que gritava lá fora. Era um reino distante, completamente distante. Nunca tinha visto a cara de mais ninguém além da sua mesmo através dos grandes espelhos de sua casa.

         Ela caminhava por todos os cômodos passando as mãos pela parede no intuito de que não se perdesse dentro de sua própria casa, como ela faz constantemente dentro de si. Um belo dia a bela princesa decidiu abrir as portas do castelo e ir além dos limites permitidos. Sem medo.

         Havia um mito que dizia que quem passasse dos limites estabelecidos jamais poderia voltar, e teria de passar por um caminho de espinhos e um dragão enorme que rajava fogo por quem tentasse se aproximar daquele reino. A princesa então decidiu colocar os pés pra fora do castelo, começando assim com o pé esquerdo.

         Seu salto de cristal reluziu a luz do sol e seu vestido longo lilás destacou-se por todo aquele ambiente. Os pássaros cantavam pelo campo afora, então a princesa deu o segundo passo, o terceiro, o quarto, e parou. Olhou por todos os cantos fora daquele castelo sem saber pra onde ir, por onde começar, e de repente correu rumo ao nada.

          E ela corria, corria desesperadamente, segurou as pontas do vestido e galopeou campo afora com dificuldades por causa do sapato salto alto. Seus cabelos ondulados batiam contra o vento e caiam sobre seu rosto lindo e perfeito. Com emoção e encanto por causa da liberdade toda que havia conquistado ela se encontrou dispersa, foi quando caiu de cara no chão.

         A princesa ficou imóvel por alguns segundos. Ela pensou em chorar, mas chorar não fazia sentido, não mais. Então ela jogou seus cabelos para trás, ergueu a cabeça e deixou os sapatinhos de princesa de lado, os tirou e os jogou para trás. Em seguida ela continuou a correr rumo ao nada. A princesa enfim passou pelo caminho cheio de espinhos com agilidade, rasgando e prendendo seu vestido pelas farpas do caminho. Quando chegou ao final ela só via árvores e uma névoa assustadora. Foi quando ela viu um cavalo branco correndo assustado em direção contrária, ela tentou avançar e viu fogo. Era o dragão.

         A princesa assustada tentou se esconder e viu finalmente o príncipe caído ao chão de frente ao dragão. Ela já havia saído do castelo, não tinha mais nada a perder, tampouco a ganhar, ela só podia naquele exato momento se arriscar, e foi o que ela fez.

         Ela correu para enfrentar o dragão que se preparava para atear fogo no corpo do príncipe caído ao chão. Quando se aproximou do príncipe ela ajoelhou no chão lamacento deixando sujar seu belo vestido e o olhou nos olhos.

         - Eu sabia que você viria. – Ele disse.

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