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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

SCARLET por Rafael Fava Beluzio.



Último dia 16, no restaurante Columbia, aconteceu em Carangola o lançamento, infelizmente pouco frequentado, do romance Scarlet, de Reynaldo Araújo. O carangolense nascido em 1992 se mudou pro Rio de Janeiro não faz muito tempo e divulgou o evento literário em redes sociais. De fácil leitura, as cerca de 300 páginas do livro contam a respeito de Oscar, um rapaz que está saindo do Ensino Médio e, aos poucos, vestindo a peruca loira e as roupas da fria Scarlet. Essa personalidade dupla conduz toda a narrativa de mais fala do que falo.

Os problemas vividos por Oscar – familiares, vocacionais, sexuais, emocionais, econômicos – ganham mais descrições do que os poucos momentos de homoerotismo. Como me disse Reynaldo Araújo em entrevista, ele recusa obras que exploram o sexo vulgar. Essa recusa é uma espécie de negação de seriados como Queer as folk e filmes, tal Bruna Surfistinha. Por títulos assim é possível ter em mente um pouco do contexto cultural da produção de Scarlet. Nela, pouco da literatura brasileira: talvez algo magro de Caio Fernando Abreu e quase nada do cânone em geral.

O que sobra no livro é uma forma mass cult de composição. Há nele certa intencionalidade guiada para a supressão do que poderia especificar. Scarlet tenta se universalizar e facilitar o seu consumo. O vocabulário é comum. Em nenhum momento é necessário ao leitor consultar o dicionário. As frases e os parágrafos são curtos. Os capítulos com poucas páginas. Há constante criação de tensões, cenas que gostam de causar, gerar espanto. Esses recursos formais dão fluidez ao texto. Fazem lembrar títulos que frequentam estantes pops.

O tempo da narrativa é também acessível a todos. Não há, por exemplo, menção a datas particulares. Os acontecimentos do livro pairam sob uma sombra temporal. O contexto é sim o contemporâneo, visto em contínuos usos de tecnologia pelos personagens. Além disso, referências a datas comemorativas existem, como natal e reveillon. Mas nada aconteceu em hora, dia, mês e ano específico.

E onde? O espaço também costuma ficar nublado. Não se sabem nomes de ruas, bairros, cidade. Seria Carangola? Suspeito que a trama se adeque bem a alguma cidade como Viçosa, mas não universitária. Pois se de um lado são mencionados problemas típicos do interior, por outro há referências a shoppings, cinema, boites gays.

Apesar de não se referir a Carangola e embora Reynaldo Araújo recuse o rótulo de literatura gay – ambas em prol da universalização ao modo mass cult – o romance toca em problemas da homossexualidade carangolense. Os rostos virados nas ruas, o preconceito constante nas escolas e os pais agressores compõem o universo ficcional de Scarlet e o real de Carangola. Essa mesma homofobia pode ter sido um dos fatores para o vazio dia de lançamento do livro.



domingo, 14 de outubro de 2012

ELIZABETHTOWN



"Quer mesmo ser grande? Então tenha a coragem de fracassar espetacularmente. Dê a volta por cima, e faça eles se perguntarem porque você ainda está sorrindo."

Orlando Bloom estrela esta comovente história, como Drew Baylor, um poderoso designer cuja a vida se torna completamente descontrolada em um dia fatídico, onde ele vê todo o seu projeto na criação de um tênis indo por água abaixo. Drew passou anos de sua vida se dedicando àquela criação, e ao sucesso da mesma, e do nada se depara com seu projeto, emprego, e sua vida em ruínas, um verdadeiro FIASCO, não um fracasso.

Drew se prepara para voltar para casa sem saber por onde começar, e decide colocar um ponto final, colocando todas suas coisas na rua, e montando uma bicicleta que em contrapartida ocasionaria na sua morte. Sim. Ele se suicidaria, porém o seu telefone toca, e o seu RINGTONE (que agora é o meu também) era I Can't Get Next to You (TheTemptations), ao atender, ele se depara com a sua irmã aos prantos notificando a morte de seu pai. Drew como era o homem da família tem de abandonar sua casa para ir buscar o corpo de seu pai em LOUISVILLE e trazer de volta para proceder com o funeral, já que sua mãe estava completamente abalada, e a irmã tinha que cuidar de seu bebê.

Indo para Elizabethtown em virtude da morte de seu pai, Drew conhece Claire (Personagem de Kirsten Dunst) que por sua vez tem um temperamento inabalavelmente positivo e decidiu ser a garota que vai guiar Drew de volta para casa e ensinar a ele o que significa viver e amar durante o caminho. Drew e Claire nos surpreende o filme inteiro nos arrancando gargalhadas e nos fazendo admirar os diálogos um tanto desconexos e repletos de fofura.

O filme é próprio para se ver com família, ou sozinho. Sim, sozinho. Ele é um tapa na sua cara e faz você pensar sobre vida, família, e todos os problemas. Um caso em especial que me fez gamar no filme, além de toda a história do Drew com a família, é o personagem Jessie que tem um filho de aparentemente seis anos de idade onde ele não consegue colocar limites. O filho apronta o tempo todo, e é mal criado, a família toda faz comentários sobre o comportamental do garotinho – o que inúmeras vezes me fez lembrar de meus tios em almoços, ou jantares de família e aquele primo mau criado que toda família tem.

Jessie é criticado pelo pai por não conseguir educar o filho, e ele por sua vez rebate dizendo que o garoto cresce onde astros do rock de diferentes naturalidades tem o mesmo respeito e importância – o que também é um a crítica ao preconceito. – O pai então diz ao filho: “Você não pode ser o melhor amigo de seu filho.” Jessie então dá um riso de canto de boca que nos faz entender que o pai nunca foi um bom pai com ele, e ele não gostaria que isso se repetisse com o seu filho.

Se você ainda está em dúvida de assistir o filme ou não, acho que não deveria permanecer em cima do muro. Corre, aluga, baixa, compra, mas assista. De preferência sozinho, quando você estiver na pior se possível. Esse filme te faz viajar, te faz pensar, te dá um UP na estima. Não posso deixar de comentar da OST (Trilha sonora), que simplesmente é perfeita.

Por que eu estou postando isso? Porque eu acho que esse filme simplesmente me lê, o personagem de Orlando Bloom sou eu. Sabe quando a gente se identifica com o filme? Então. Esse é o filme da minha vida. (risos) Assisti hoje pela milésima vez, e todas as vezes que assistir vou continuar chorando, me emocionando, rindo, e cada vez mais me colocando na pele de Drew. E sim, se me perguntarem hoje qual o meu filme favorito eu diria “ELIZABETHTOWN”.


Eu queria aprender a sorrir, mas descobri que leva tempo para extrair a felicidade da vida.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

SCARLET por alguns Leitores (PARTE I)



"Percebi que a Scarlet sofreu muito, e algumas vezes me imaginei no lugar dela, sofrendo por paixões adolescentes, imaturas. É sempre um aprendizado e uma terapia ler assuntos ou histórias que mexem no nosso coração e perturbam a lembrança. Opções ou orientações à parte: eu amei, tu amaste, ele amou, nós amamos, vós amastes e eles amaram. O verbo e a conjugação é a mesma, só muda a PESSOA."
Da leitora LÍVIA TOURINHO (RJ)

" É legal poder ir almoçar pensando no que Oscar poderia fazer em determinada situação, ou ir se deitar imaginando o que aconteceria quando ele descobrisse a verdade. Porque sim, é esse tipo de livro; gruda na sua cabeça como uma daquelas músicas contagiantes, mas que você não quer parar de cantarolar o dia todo."
Da leitora (também escritora) A.F. Nascimento (SP)


"Simplesmente incrível. Liberta, descontrai. Um mix de sensações incríveis, e até mesmo difíceis de descrever."
Da leitora ALINE ANTUNES. (RJ)


"Os personagens são muito bem pensados, a trama toda é muito bem pensada, a coisa da voltas e reviravoltas mas nada muito complexo, que você não entenda. Mas que te surpreende de uma forma que te entusiasma e te faz querer continuar no livro."
Do leitor PETHERSON RESENDE (MG)


"Todo o drama é incrível, o romance é aquela coisa que você se identifica, o personagem "nunca deixa de amar os antigos namorados" etcs e é mais ou menos assim na vida real. (...) é como se carregasse um sentimento, é como se o personagem realmente tivesse existido e passado por aquilo tudo. Isso me encanta em uma história."
Do leitor PETHERSON RESENDE. (MG)


"...Scarlet me fez fugir do meu mundo tedioso. Eu ja estava sensível, com o termino do livro então tive uma crise de choro e mil lagrimas "rasgaram o meu rosto". Eu quero um Arthur na minha vida!"
Da leitora FRAN BURLE MARX. (RJ)

"Estava faltando um romance como Scarlet, instigante nos prende até o final. Parabéns ao autor."
Do leitor RAPHAEL (SC)


"Foi-se a primeira folha, depois a segunda, quando me dei conta não estava trabalhando, não estava querendo dormir antes de terminá-lo. Uma dica aos novos leitores de Scarlet: Comecem bem cedo, num domingo em que não tenham nada para fazer; pois certamente irão esquecer das obrigações e mergulhar neste universo triste e ousado, e a todo o momento cheio de intensidade e detalhes que prendem nossos motivos e olhos e atenção por estarem sempre coincidindo com o cotidiano do mundo, e sinceramente, até mesmo com o nosso próprio e pessoal particular."
Do leitor ANDRÉ SGALBIERI (RJ)

"Agradeço a oportunidade de ler algo tão diferente, estava cansado dos finais felizes normais, nas mocinhas com os mocinhos normais, e da perspectiva igual. Cansei de ler livros que narravam personagens diferentes, em lugares diferentes, com início e meio e final iguais! Scarlet supera isso em vários âmbitos"
Do leitor ANDRÉ SGALBIERI (RJ)


"...A narrativa flui muito bem, sem "papas na língua", e com agilidade. Me peguei assimilando diversas situações vivenciadas no livro que até mesmo eu já tenha passado. (...) Daria um ótimo roteiro para o cinema no estilo "muita calma nessa hora GLBT"..."
Do Leitor THIAGO CROFT. (RJ)

"Há constante criação de tensões, cenas que gostam de causar, gerar espanto. Esses recursos formais dão fluidez ao texto. Fazem lembrar títulos que frequentam estantes pops."
Do leitor, cronista, e professor RAFAEL FAVA BELUZIO (MG)

"Os problemas vividos por Oscar – familiares, vocacionais, sexuais, emocionais, econômicos – ganham mais descrições do que os poucos momentos de homoerotismo. Como me disse Reynaldo Araújo em entrevista, ele recusa obras que exploram o sexo vulgar. Essa recusa é uma espécie de negação de seriados como Queer as folk e filmes, tal Bruna Surfistinha. Por títulos assim é possível ter em mente um pouco do contexto cultural da produção de Scarlet."
Do leitor, cronista, e professor RAFAEL FAVA BELUZIO (MG)

"...Que descrição perfeita, é possivel sentir a força de cada palavra, como se eu tivesse assistindo tudo de camarote"
do leitor EDSON ARAÚJO JUNIOR (RS)

"Quando terminei seu livro, no último capitulo "O último dia de SCARLET" o joguei na parede. Sério, mas aí lembrei que tinha Epílogo. (Risos) Me conta, como é que você faz com que as nossas opiniões a respeito dos personagens mudem de uma hora para outra?! Simplesmente me apaixonei por Arthur."
Do leitor CARLOS SANTOS (BA)

"Em muitos pontos pude ouvir alguns amigos meus. Parece um desabafo..e a leitura é leve e gostosa. To presa. A gente te ouve contando.. dá pra imaginar a respiração do personagem quando está nas ruas escuras voltando pra casa ou se pegando com o Arthur. Parei pra imaginar o Jonatas..."
Da Leitora JULIANA CASTRO (MG)

"Estou amando o livro, não consigo parar de ler! Sua escrita é envolvente, fascinante e sedutora, me sinto as vezes movidos pelos desejos do protagonista! Sua escrita me lembra muito as primeira publicações de Caio Fernando de Abreu! Parabéns!"
Do leitor ELIELSON RODRIGUES (MG)





segunda-feira, 1 de outubro de 2012

De TED ao Tédio!



Há dois meses atrás você conheceu um cara. E ele te deu o melhor sexo da sua vida. A compatibilidade na cama foi a melhor impossível, ele te morde do jeito que você gosta, de aperta do jeito que você gosta, te pega do jeito que te faz morder os travesseiros. Te faz procurar em outros corpos o que você só irá encontrar nele. É. Ele te faz literalmente gozar de prazer.

Você acorda no dia seguinte dá bom dia pro mundo, sorri pro porteiro, dá boa tarde pro piloto da lotação. Consegue chegar até vinte minutos antes do seu horário no trabalho. Afinal, você está motivado. No dia seguinte vocês trocam mensagens, combinam de se ver, ele te leva pro cinema, vocês assistem desenho animado, e você acha tudo aquilo uma fofisse.

Ele morre de rir feito um crianção enquanto você chora por não ter ido assistir o drama misturado com suspense – seu gênero favorito da sessão das nove. Ele te aperta a cada risada, te dá beijo, e volta com o olhar para a tela de cinema. Aflito e atento à cada detalhe do filme, ele quase nem nota que você está alí clamando por ele. Foi uma das noites mais divertidas que você teve desde o namoro turbulento o qual saira meses atrás, então você pensa que sua vida enfim está entrando no eixo. Aceitando o fato de que pode estar prestes a entrar em outro relacionamento, ou talvez não, gama no cara, pensa nele o tempo todo, e tenta inúmeras vezes sair com o talzinho.

Ele some, não te liga mais, e quando você manda mensagens ele diz para marcarem algo, e sempre surge um imprevisto (Seja dele ou seu). Você enfim, cansa de dar murro em ponto de faca. Deixa o ser humano de lado e toca sua vida com as pessoas mais erradas da face da terra chorando o melhor sexo da sua vida, e buscando tê-lo novamente. Daí num dia desses qualquer você se esbarra com ele na rua, uma surpresa, ambos surpresos, três meses depois da surra na cama que ele te deu.

Você sorri chama pelo nome dele, ele te reconhece, te abraça. E eu estou falando daquele abraço apertado, sabe?! Você pede o número dele de novo, afinal, com esse seu jeito maluco de deletar pessoas você acabou deletando o número dele também. Essa é a hora que ele te convida para uma visita no final do dia, e você fica igual a um maluco com aquilo na cabeça, seus hormônios gritam, clamam por sexo o tempo, se derretem por ele.
Você passa a tarde toda pensando em fazer o confronto de vocês valer a pena e prender o cara de vez. Ou talvez você só queira sexo mesmo. Não sei. Ele diz pra você se arrumar que ele vai te pegar. Você toma um banho, fica gostoso, cheiroso, e faz planos de quais posições fará, como tirará a roupa, e quais os locais transará com o tal cara. Passa um bom tempo na frente do espelho até se certificar que está pronto e não está faltando nada no seu visual, e manda uma mensagem pra ele dizendo que está tudo ok e que ele já pode bater na porta do seu castelo, afinal você está uma princesa. (risos)

O cara não hesita em te responder logo em seguida: “Já estou com nossas entradas” Você faz uma cara de “What the fuck man?” e ele conclui “Vamos assistir TED no cinema hoje”. É a hora que você sente toda a sua vida desmoronar, seu castelo desaba, sua coroa cai, e você grita por dentro, jorra totalmente o tesão na parede. TED? TED? TEEEEEEEEEEED? Você repete pra si desesperadamente. Sério que ele te chamou pra ver o filme do ursinho enquanto tudo que você queria era transar com ele feito um animal?! Essa é a hora que você desliga o celular e finge com a cara mais lavada do mundo que a sua bateria acabou. Não sabendo ele que o tesão também.

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