Há algo estranho na minha sanidade neste momento.
Olho para frente e sinto que toda a tormenta enfim se vai.
Porém ainda existem algumas nuvens carregadas no céu.
Em um céu cinza, existem nuvens carregadas, vejo pancadas de chuva, sinto ameaças de trovões, tormentas e furacões.
Com medo, minhas janelas se fecham.
Meus olhos se fecham como janelas em meio desta tormenta.
Sinto o vento estremecendo a minha estrutura.
Me leve.
Leve. Quão leve eu sou?
Seria eu fragilmente leve ao ponto de ser carregado por esta tempestade?
Há tempestades? O que está acontecendo lá fora?
Não sei. Minhas janelas estão fechadas, mas sei que se me ponho a olhar, ver além, conseguirei enxergar.
Enxerga-lo irei.
Senti-lo irei.
Minhas janelas são de uma casa de palha que em meio a uma ventania se tornam fracas e quebradiças que em cada batida do vento se leva alguns pedaços.
Pedaços aqueles que nunca os terei de volta.
Pedaços que se vão longe.
Não consigo pega-los.
Recupera-los.
Não consigo.
Meus olhos ainda fechados.
Quando poderei abri-los de novo?
Sem medo.
Sem receio.
Com segurança.
Gostaria de estar intacto após essa tormenta que passa por mim, ou pela qual passo eu. Não sei quem de nós se encontrou primeiro. Se ela veio até mim ou se eu simplesmente cheguei até ela.
Sei que estou no meio do furacão.
Há perdas. Há danos. Há ganhos.
Entre perdas, danos e ganhos eu prefiro os ganhos.
Abro meus olhos. Seguro. Olho para o céu.
O céu cinza enfim tem uma tonalidade azul que me arranca um sorriso de canto de boca.
Enfim, posso abrir minhas janelas e com menos receios deixar o vento entrar.
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