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domingo, 15 de dezembro de 2024

"A TORRE DE FRANKLIN" E COMO NÓS VAMOS DESCONSTRUIR TUDO ISSO FALANDO DO RH EM UM DOS MEUS LIVROS.

ESSA É UMA DAS PARTES DO MEU LIVRO "A TORRE DE FRANKLIN" COM LANÇAMENTO PREVISTO PARA MARÇO DE 2025.

 "No dia seguinte, enquanto se arrumava para o trabalho, Franklin tentava escolher uma roupa um pouco mais discreta para que ele chamasse menos a atenção dos outros funcionários que no dia anterior. Não que ele usasse roupas extravagantes, mas talvez ele pudesse usar uma roupa um pouco mais larga. Ele estava realmente começando a se importar com que as outras pessoas ao seu redor pensavam e falavam a respeito dele. Ele escolheu uma calça de sarja em seu guarda roupas que era um pouco mais larga que o habitual e para ser mais específico era um número a mais do que ele estava acostumado a usar e a vestiu.  

Ao chegar no trabalho, enquanto estava saindo do estacionamento e caminhando pelos corredores até a sua sala, ele tinha certeza que tinha escolhido a roupa certa para estar naquela empresa. Era nove da manhã quando os funcionários de seu setor começaram a chegar. Os olhares estavam um pouco menos frequentes do que os do dia anterior. As pessoas pareciam começar a esquecer o que havia acontecido com ele no final de semana e aquilo para Franklin era realmente um alívio. 

  • - Oi, Frank!- Chamou Brandy ao chat, em um dos comunicadores oficiais da empresa. 

  • - Oi, Brandy! Tudo bem? 

  • - Tudo bem e você, como está? 

  • - Estou bem também! 

  • - Posso falar com você um minuto? 

  • - Claro! 

  • - Você consegue vir até o andar de baixo para que possamos ter uma conversa? - Perguntou Brandy. 

  • - Claro! Me dá cinco minutos! Já estou descendo. 

Franklin fechou o notebook e se preparou para descer até o andar de baixo onde Brandy já estava o esperando com um caderno de anotações em mãos. Ela usava um crachá pendurado e um cabelo amarrado de lado e tinha um sorriso meigo que o fazia se sentir um pouco melhor com relação a si mesmo. Suas conversas com Brandy eram sempre amigáveis. Ela era uma das consultoras responsáveis pelas contratações na área de Recursos Humanos da empresa. 

  • - Oi! Quanto tempo! - Disse Brandy dando um beijo no rosto de Franklin. 

  • - Quanto tempo! E como você está? 

  • - Estou bem! Um pouco cansada da rotina, mas bem!  

  • - Que bom! Também ando meio cansado. Preciso de férias! 

Brandy sorriu. 

  • - Você pode me acompanhar por aqui? - Perguntou ela dando abertura para que Franklin passasse para uma das salas de reunião. 

Franklin passou em sua frente e sentou-se em uma das cadeiras à frente de uma das mesas de reunião e Brandy sentou logo no lado oposto ao seu de frente para ele. 

  • - Bom, Frank! Eu te chamei aqui para termos uma conversa e saber como você está. Nós vimos o que aconteceu com você no último final de semana e nós nos preocupamos com a saúde mental dos nossos funcionários aqui na empresa.  

  • - Desculpe-me, mas ao que vocês se referem? 

  • - Bom, nós acompanhamos a sua rede social e vimos o que aconteceu. Acidentalmente você teve algumas fotos vazadas na sua rede social e isso pode ter te deixado um pouco desconfortável com relação ao que aconteceu. Você quer conversar um pouco sobre isso? 

  • - Brandy, acho que aqui não seria o melhor momento. Desculpe-me, mas não. Já resolvi este problema e estou bem. 

  • - Ah, tudo bem! Se você precisar conversar, nós temos uma rede de apoio aqui na empresa e estamos sempre disponíveis para qualquer tipo de conversa. Tudo bem? 

  • - Tudo bem! Sem problemas. Só isso? 

  • - Também. Nós também tivemos algumas pessoas que nos procuraram entre hoje e ontem a respeito dos seus vestimentos. Eles têm deixado algumas pessoas um pouco desconfortáveis. 

  • - Desculpe-me, Brandy... Meus vestimentos? Você se refere a minha roupa? 

  • Não exatamente. Suas camisas sociais estão de acordo com a nossa política de vestimenta da empresa, mas suas calças têm sido apertadas demais.  

  • - Minhas calças? 

  • - É. Isso tem deixado algumas pessoas um pouco desconfortáveis depois de tudo que aconteceu com você.  

  • - Eu não vejo problema na minha calça, por exemplo. Ela é um número maior do que eu estou acostumado a vestir.  

  • - Sim, mas eu digo a respeito do que aconteceu. Você sabe né? Nós temos homens e mulheres que são casados aqui e isso pode fazer com que eles se sintam um pouco violados. Você me entende? 

  • - Eu poderia te pedir para ver qual é a política de vestimenta da empresa, mas eu acho que eu já entendi qual é o ponto da questão aqui.  

  • - Se você quiser, nós podemos repassar por ele. Fizemos uma atualização na política entre ontem e hoje e podemos divulgar depois em um material para toda a empresa, mas como você tem sido o centro de toda essa movimentação que estamos fazendo internamente, eu achei que você gostaria de participar como um ponto focal para que pudesse validar a nossa nova política. O que você acha?  

  • - Brandy, eu ainda não entendi qual é o problema com a minha calça. 

  • - Não, Frank, me desculpe! Não me leve a mal. Não tem problema nenhum. É só que... 

  • Que...?  

  • - Você sabe... Tudo isso que aconteceu e os comentários que você tem recebido. Eu falo como uma grande amiga sua que sempre gostei muito de você. Eles estão te chamando pelos corredores de “Torre de Franklin”. 

  • - Brandy, não quero mais falar sobre esse assunto. Se eu fosse uma mulher e meus seios fossem grandes e eu usasse uma camisa social e isso não pudesse ser disfarçado de forma nenhuma, estaríamos tendo realmente esta conversa? 

  • - É diferente. 

  • - Não. Não é diferente.  

  • - Nós somos mulheres, Franklin. 

  • - E nós somos homens. Temos direitos iguais. Não tem problema nenhum com a minha calça. E quanto ao Josh que usa camisas mais coladas com um corpo mais fortificado de academia? Ele precisa também repensar a respeito de sua vestimenta? 

  • - Não, Frank. Acho que você não me entendeu. 

  • - Eu entendi. Me desculpe, mas agora sou eu que não estou de acordo com a política da empresa e estou me demitindo. - Disse Franklin retirando o crachá e colocando em cima da mesa. 

  • - Frank, desculpe-me! Talvez eu tenha me expressado errado. 

  • - Não. Está tudo bem! Eu só não quero mais estar em uma empresa assim! 

  • - Você quer ir para casa e tirar uns dias para repensar sobre isso? Você comentou que estava precisando de férias. Talvez você só precise de uns dias para descansar e pensar um pouco em tudo o que aconteceu. 

  • - Eu preciso apenas sair daqui. Eu estou fora! 

Franklin se levantou e foi caminhando até o elevador onde apertou e antes que ele pudesse chegar no andar, ele decidiu subir pela escada de emergência até o andar de cima onde caminhou até a sua sala, agarrou seu notebook e colocou dentro da mochila e simplesmente a colocou nas costas e saiu sem se despedir de seus colegas. Ralph que estava do outro lado do andar, viu Franklin saindo e não hesitou em se levantar e correr até ele. 

  • - Mano, está tudo bem? O que aconteceu? 

  • - Não aconteceu nada. Eu só pedi demissão! 

  • - Porra, Franklin! O que aconteceu? 

Enquanto Ralph tentava entender o que havia acontecido, Brandy veio caminhando até os dois. 

  • - Frank, não faça isso. Pense um pouco em tudo que nós construímos até aqui. Em toda a nossa parceria. 

  • - Já pensei, Brandy! Eu estou fora! - Disse Frank. 

  • - Brandy, me desculpe, mas eu também estou fora! - Disse Ralph se virando e caminhando até a sua sala onde agarrou também os seus pertences e colocou dentro da mochila e foi caminhando até Franklin. 

  • - Não precisa fazer isso por mim. - Disse Franklin. 

  • Preciso sim! Eu não sei o que aconteceu, mas acredito que seja por causa dos comentários do corredor. Eu sou seu amigo e eu posso fazer isso com você, mas não eles. Você está me entendendo? 

  • - Não precisa fazer isso, Ralph.  

  • - Você está me entendendo, seu merda? 

  • - Eu entendi! 

  • Então vamos embora dessa porra desse lugar. - Disse Ralph abrindo a porta da escada de emergência. - Eu não quero nem esperar a merda do elevador chegar.  

Franklin e Ralph desceram as escadas de emergência e caminharam juntos até o estacionamento onde estava o carro onde eles entraram e dirigiram até em casa. Ao chegarem em casa um pouco mais cedo que o horário habitual, Habibi questionou sobre o que tinha acontecido. Franklin não quis comentar do assunto e entrou para dentro do quarto fechando a porta. Ralph apenas ficou em silêncio e fez um gesto para que Habibi o deixasse lá por alguns segundos, pois era o que ele precisava. Franklin precisava ficar um pouco sozinho. "

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